A Vida é uma Arte

Rivais para o Cristo carioca

Cidades de São Paulo e Minas Gerais constroem réplicas da nova maravilha para desbancar em altura o Redentor original
O Rio de Janeiro que se cuide. Seu Corcovado ganhou o concurso das Sete Novas Maravilhas do Mundo, mas perderá o posto de maior estátua do Cristo Redentor do planeta. Duas pequenas cidades de Minas Gerais e São Paulo estão construindo suas cópias ampliadas do mais famoso cartão-postal carioca, que tem ao todo 38 metros de altura. Só a estátua mede 30 metros.

A versão mineira será de fato um metro maior do que a estátua carioca — o mais alto Cristo Redentor deve ser inaugurado no primeiro trimestre deste ano e fica em Elói Mendes, município com 23 mil moradores. Com 110 mil habitantes, Sertãozinho, a 333 quilômetros de São Paulo, inaugura na Páscoa o seu próprio Cristo. O monumento terá 57 metros. Mas apesar das pretensões grandiosas, a estátua paulista propriamente dita terá só 18 metros — o restante fica por conta do megapedestal de 39 metros necessário para que o Cristo seja visto de qualquer ponto da cidade.

Como o município não tem montanhas, a Prefeitura de Sertãozinho escolheu o ponto mais alto da região, o Morro do Vanzela, para construir um mirante para abrigar o Cristo, com direito até a elevador panorâmico. A atração, que terá entrada gratuita, custou R$ 1,5 milhão à prefeitura e será iluminada à noite, mudando as cores a cada dia da semana.
“Não tínhamos a pretensão de sobrepôr o Rio. Precisávamos ultrapassar as copas das árvores para que ele fosse visível. Mas a vista que se tem de cima do Corcovado não dá para competir”, admite o prefeito Nério Garcia da Costa, que era vice-prefeito quando o monumento começou a ser construído, em setembro.

Diferentemente da estátua francesa pré-moldada que o Rio ganhou de presente em 1931, o Cristo de Sertãozinho está sendo feito à mão, de forma artesanal, por dois artistas que trabalham ao ar livre. O monumento pesa 60 toneladas e precisará de guindaste especial, de 500 toneladas, para ser levantado e encaixado no pedestal.

VAI VIRAR MAR

E não é só o Cristo que Sertãozinho copiou do Rio de Janeiro. Na falta de mar, o município do Interior paulista criou uma praia artificial com águas da represa vizinha. Inaugurada em dezembro, ela faz parte do Parque Ecológico de Lazer Gustavo Simioni, um investimento de R$ 8 milhões. Além da praia de 160 metros, o local, que tem entrada gratuita, possui quatro campos de futebol, piscina de 2 mil m², 1,3 km de ciclovia, quiosques, pedalinhos, trilhas e uma escola de Educação Ambiental.